Estamos vivendo tempos delicados. Após vivenciar três desentendimentos entre pessoas que fazem parte de grupos de discussão em esferas completamente diferentes, fiquei com a seguinte questão em pauta mental...
Porque de fato estamos tão intolerantes verdadeiramente?
Já parou para pensar no que significa tolerância para você?
Posicionar-se não é sinônimo de grosseria ou agressividade, muito pelo contrário. Saber se posicionar é o que te traz autorrespeito e por consequência o respeito que você merece. Isto posto, lembrei-me de um estudo comportamental.
Um estudo de Economia Comportamental nos mostra que ao testar indivíduos para que façam uma divisão monetária entre si e outrem, sendo o participante livre para decidir quanto quer guardar para si e quanto quer dar para seu colega.
A grande maioria pega 60% do valor para si e dá o restante para o colega. O estudo busca o fator motivador de tal divisão e chega a uma interessante resposta. A decisão tem como premissa o fato de que as pessoas se sentem em situação constante de perda na vida diária, assim acreditam que há uma compensação ao realizar a divisão com um pouco mais para si.
Tal estudo me remete a intolerância que vejo em mim, em você... em nós!
Seguem assim umas questões de avaliação e reflexão:
Você sente que tolera demais e que tem, portanto, o direito de extravasar?
Quais situações o fazem se sentir prejudicado, menosprezado, ignorado?
Tais situações que me trazem desconforto estão dentro ou fora de mim?
Tenho ação sobre as questões que fazem com que eu me sinta mal?
O que posso fazer para melhorar a minha auto escuta e autocuidado?
Enfim, as vivências mencionadas anteriormente foram diversas na última semana e em grupos totalmente distintos e reunidos por motivos essencialmente diferentes. Contudo as reações foram absolutamente as mesmas, os motivos de atrito os mesmos, a maneira de se posicionar como se houvesse apenas dois lados, como se uma opinião diferente fosse motivo de ofensa pessoal, ou seja, a “humanidade” encontrada é a mesma!
Então, penso e te pergunto! Que caminho você nesse momento presente e único – momento esse que não volta mais, nesse exato segundo em que lê esse post – o que você escolhe para si? Como você se comunica com você mesmo?
Minha sugestão para nós é, decidirmos o que queremos construir coletivamente, pois a partir da forma com que estabelecemos os nossos limites e que cuidamos das nossas necessidades é que vamos conseguir tolerar a nós mesmos e as pessoas diferentes de nós. Que, aliás, sempre será a maioria.
Somos absurdamente distintos e diversos em nossa semelhança!
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